A Igreja na Idade Média
A Igreja católica era uma das principais instituições da Idade Média.Sua influência se exercia sobre todos os setores da sociedade, estava presente em cada costume e em cada ato da vida dos cristãos. Regulamentava as relações entre as pessoas (casamentos, doações de feudos...), definia o que devia ser feito em cada hora: tempo de orações, de jejum, de guerra e de paz. A mentalidade do homem era totalmente dominada pela religião. Aqueles que se afastassem de suas normas sofreriam punições: penitências, exigência de peregrinações e excomunhão. Com o surgimento de novas religiões e o enfraquecimento da Igreja, foi criada a Inquisição, um tribunal religioso que julgava e condenava os acusados de heresias, aqueles que não seguiam os preceitos cristãos. Sendo tão rica e temida a Igreja detinha também grande poder político: os papas interferiam na política dos reis e imperadores, muitas vezes criando conflitos entre uns e outros.
Igreja Católica
Em meio à desorganização administrativa, econômica e social produzida pelas invasões germânicas e ao esfacelamento do Império Romano, praticamente apenas a Igreja Católica, com sede em Roma, conseguiu manter-se como instituição. Consolidando sua estrutura religiosa, a Igreja foi difundindo o cristianismo entre os povos bárbaros, enquanto preservava muitos elementos da cultura greco-romana.
Valendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal.
Origem do CristianismoValendo-se de sua crescente influência religiosa, a Igreja passou a exercer importante papel em diversos setores da vida medieval, servindo como instrumento de unificação, diante da fragmentação política da sociedade feudal.
No início do Império Romano, o Cristianismo surgiu na Palestina que era uma província romana habitada pelos judeus. Antes mesmo dessa época os judeus já tinham sido oprimidos por outros povos durante cerca de 600 anos. Os judeus aguardavam um salvador que seria enviado pelo seu Deus para libertá-los da dominação de povos estrangeiros. Isso estava escrito na Bíblia, em numerosas profecias. Para muitos, Jesus era o Messias, o qual, segundo a crença judaica, seria o filho de Deus. Embora não existam documentos escritos, sabe-se que os apóstolos Pedro e Paulo chegaram até Roma, onde organizaram comunidades. Em 67, durante a primeira perseguição aos cristãos, movida por Nero, eles foram torturados e mortos. Jesus escolhera Pedro como chefe de sua igreja. Como Pedro, considerado o primeiro papa, morreu em Roma, essa cidade tornou-se a capital do cristianismo. Durante o primeiro século, o cristianismo começou a se tornar popular. Os romanos, que eram politeístas, admitiam a prática de outras religiões, mas não o cristianismo. Isso se explica pelo fato de os cristãos serem monoteístas, negando os deuses romanos e admitindo um único Deus. Os primeiros cristãos eram acusados de traírem Roma e de serem "inimigos do gênero humano". Seus inimigos contavam que os cristãos matavam crianças durante o culto e depois bebiam seu sangue. A origem desse boato era o fato de os cristãos tomarem a comunhão (pão e vinho), a qual, para eles, representava o corpo e o sangue de Cristo. Devido às perseguições, os cristãos construíram catacumbas, que eram galerias subterrâneas onde eles se reuniam para fazer suas pregações e enterravam seus mortos. Apesar das perseguições, o número de cristãos foi crescendo. O cristianismo espalhou-se rapidamente entre os pobres da cidade. Mas logo também muitos ricos e nobres começaram a aderir à nova religião. Em 313, com o Edito de Milão, o imperador Constantino concedeu aos cristãos liberdade para praticarem sua religião. Em 391, o imperador Teodósio proibiu os cultos pagãos e mandou fechar seus templos. O Cristianismo tornou-se assim a religião oficial do Império Romano.
Organização da Igreja
A direção da Igreja católica pertencia ao papa e aos bispos. Cada bispo administrava um território denominado diocese. Os bispos eram auxiliados nessa tarefa pelos cônegos. As dioceses eram formadas por várias paróquias, e cada uma delas tinha um padre (chamado pároco) para administrá-la. A Igreja, portanto, estava organizada como um verdadeiro Estado, mais poderoso até que os reinos medievais. Até hoje a Igreja é organizada praticamente da mesma forma.
O poder da Igreja na Idade Média
A Igreja foi a instituição mais poderosa da sociedade medieval do Ocidente. As magníficas catedrais construídas na Europa nos séculos XII e XIII são sinais impressionantes desse poder. Naquela época não existiam usinas, fábricas, bancos nem máquinas. O importante era a terra. A riqueza era medida pela quantidade de terra que alguém possuía. A Igreja chegou a ser proprietária de dois terços das terras de toda a Europa. Era uma instituição poderosíssima, a "grande senhora feudal". Alguns mosteiros medievais eram verdadeiros feudos, enormes e com numerosos servos. Todos os bispos eram proprietários de terras. Aliás, ser bispo era um grande negócio na Idade Média. Veja o que diz um bispo do século IX: "Para ordenar um padre, cobrarei em ouro; para ordenar um diácono, cobrarei um monte de prata. Para chegar a bispo, paguei bom ouro, mas agora hei de rechear a bolsa". Essa mentalidade demonstra como os membros da Igreja na Idade Média se deixaram seduzir pelos bens materiais. Arcebispos, bispos e abades eram os equivalentes aos duques, barões e condes e em geral viviam no luxo.
Em busca de renovação espiritual
Nem todos os cristãos aceitavam que bispos e padres vivessem no luxo. Inspirados nos exemplos e nos ensinamentos de Jesus Cristo, alguns fiéis, ao longo da Idade Média, retiraram-se para lugares isolados, a fim de levar uma vida autenticamente cristã, longe dos prazeres em que viviam muitos cristãos. Surgiram assim, as ordens monásticas, fundadas por homens que dedicavam a vida à oração, ao estudo e muitas vezes ao trabalho manual. Em 525, São Bento fundou na Itália o Mosteiro de Monte Cassino e criou a Ordem Beneditina. De acordo com as normas estabelecidas por São Bento, os monges deveriam viver na pobreza, estudar, trabalhar e obedecer ao abade, chefe do mosteiro. Esse movimento de renovação espiritual da Igreja prosseguiu nos séculos seguintes. Várias ordens religiosas foram fundadas com o objetivo de eliminar a corrupção, os interesses materiais e o acúmulo de riquezas de toda a Igreja. Essas ordens queriam abolir o controle dos senhores feudais sobre o clero. Combatiam, principalmente, práticas pouco cristãs como a compra e venda de cargos da Igreja. No século XIII, apareceram os frades. Originalmente não eram membros do clero, mas leigos. Ao invés de se trancarem em mosteiros, preferiam o trabalho beneficente, a pregação e o ensino. Uma figura muito importante foi São Francisco de Assis (1182-1226), fundador da primeira ordem de frades - a ordem franciscana. Outra ordem religiosa importante fio a ordem dominicana, fundada por São Domingos, um nobre espanhol. O papel dos monges na Idade Média, foi muito importante em vários aspectos. No aspecto religioso, eles contribuíram para converter os povos germânicos ao cristianismo. No aspecto econômico, contribuíram para melhorar os métodos de produção agrícola. No aspecto cultural, foram os responsáveis pela conservação do conhecimento antigo. Os mosteiros possuíam bibliotecas, onde podiam ser encontrados muitos textos da Antigüidade. Havia também os monges copistas, que copiavam textos clássicos romanos e gregos.
O corpo
SCHMITT (1995) afirma que, no século VI, vários autores mencionam o uso do corpo a propósito dos vícios – a gula em Pomerius, a fornicação (relacionamento sexual ilícito) em Cassiano e o orgulho em Gregório. Já na baixa Idade Média, surge uma nova visão de corpo, que não é mais apenas a “prisão da alma”: quando bem governado, o corpo pode se tornar meio e lugar de salvação do homem. De acordo com MATOS E GENTILE (2004), na Idade Média, o corpo foi considerado perigoso, em especial o feminino, visto como um "lugar de tentações". Alguns teólogos chegaram a dizer que as mulheres tinham mais conivência com o demônio porque Eva havia nascido de uma costela torta de Adão, portanto nenhuma mulher poderia ser reta. Segundo RODRIGUES (1999), a abertura do corpo humano e a dissecação de cadáveres, para a mentalidade medieval, era uma ação inconcebível, um gesto do mais supremo sacrilégio e por este motivo, conforme nos mostra PEREIRA (1988), a anatomia passa por um período de estagnação – representando um período negativo para a Educação Física – tendo seus estudos retomados com a chegada do Renascimento. O corpo jamais poderia ser considerado como objeto; para os medievais, a putrefação era continuidade da vida, era húmus. Existiam valas coletivas que ficavam abertas até serem preenchidas por corpos e era comum tê-los em putrefação em casa. Há imagens da época que retratam homens dançando com cadáveres que se desfaziam. RODRIGUES (1999) diz ainda que, com freqüência, os reis da França, ao morrer, tinham seus corpos esquartejados e seus fragmentos espalhados pelas Igrejas importantes do território. Os medievais acreditavam que tais “relíquias reais” propiciariam boas colheitas. Além disso, de acordo com BESEN (2004), havia também o culto às “relíquias dos santos”, ocorrendo até roubos de partes dos corpos. Não se concebia fundar uma cidade sem o túmulo de um santo, havendo, deste modo, lutas violentas para garantir o corpo, que traria proteção.
Pecadores
Durante a idade média a igreja católica chegava ao ponto de indicar até que posições sexuais eram permitidas durante a cópula. Qualquer posição além da de missionário – a famosa papai-mamãe – era considerada anti-natural e por isso mesmo, um pecado.
Posições como a mulher por cima ou de 4 eram desencorajadas pois interferiam com o papel natural do homem e da mulher.
Sexo oral ou anal eram pecados extremos pois só tinham o intuito de oferecer prazer e não a reprodução, o que era terminantemente proibido.
As punições para o “desvio de posições sexuais” podiam ser bem duras (Sem trocadilhos, por favor). Se alguém fosse pego em uma posição como coqueirinho – a mulher fica agachada sobre o parceiro – por exemplo, significava 3 anos de pena. O mesmo servia para a posição de 4 ou sexo oral. Estas 3 posições eram consideradas as mais pecaminosas, com exceção do sexo anal, claro.
Apesar destas serem as idéias “oficiais” da igreja católica, alguns teólogos “progressistas” começaram a questionar tais preceitos. Albert Magnus, por exemplo, ranqueou as posições da mais aceitável para as menos.
A ordem era:
A ordem era:
1. Missionário (Papai-mamãe)
2. De ladinho
3. Sentada (a mulher por cima)
4. Em pé
5. Por trás com penetração vaginal somente (A famosa de 4).
A mulher na Família
As filhas eram totalmente excluídas da sucessão, quando contraiam matrimônio recebiam um dote, constituído de bens que seriam administrados pelo marido. A linhagem beneficiava apenas componentes do sexo masculino, e a herança só era passada para o primogênito, isso como forma de evitar a divisão dos bens da família. Quando a mulher se casava passava a fazer parte da família do esposo. Nessa nova família, quando viúva, não tinha direito à herança. O casamento era um pacto entre duas famílias, seu objetivo era simplesmente a procriação. A mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência, submissão. Filha, irmã, esposa: servia somente de referência ao homem que estava servindo. A inferioridade feminina provinha da fragilidade do sexo, da sua fraqueza ante aos perigos da carne. No centro da moral cristã existia uma aguada desconfiança em relação ao prazer. Ele, segundo os moralistas, mantinha o espírito prisioneiro do corpo, impedindo-o de se elevar em direção a Deus. Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher. Essa posição obrigatória da prática do sexo indicava a situação de submissão que dela se esperava. Seguramente, na concepção dos religiosos, o marido que amasse excessivamente sua esposa era visto como adúltero. Não deveria usá-la como se fosse uma prostituta. A mulher não podia tratar o marido como se ele fosse seu amante. Por intermédio do casamento, o corpo da mulher passava a pertencer ao seu esposo. Mas a alma dela deveria sempre permanecer na posse de Deus. Na época, buscava-se justificar o desprezo dos homens pelas mulheres de todas as formas. Para os pensadores da época, a palavra latina que designava o sexo masculino, Vir, lembrava-lhes Virtus, isto é, força, retidão. Enquanto Mulier, o termo que designava o sexo feminino lembrava Mollitia, relacionada à fraqueza, à flexibilidade, à simulação. Aos homens, pais ou maridos cabia o direito de castigá-las como uma criança, um doméstico, um escravo. Este desdém revela ao mesmo tempo desconfiança e temor. Os homens receavam o adultério por parte da esposa. Temiam que lhes oferecessem certos filtros mágicos que os levassem a impotência. Esterilidade, esta, que assustava os homens.
As filhas eram totalmente excluídas da sucessão, quando contraiam matrimônio recebiam um dote, constituído de bens que seriam administrados pelo marido. A linhagem beneficiava apenas componentes do sexo masculino, e a herança só era passada para o primogênito, isso como forma de evitar a divisão dos bens da família. Quando a mulher se casava passava a fazer parte da família do esposo. Nessa nova família, quando viúva, não tinha direito à herança. O casamento era um pacto entre duas famílias, seu objetivo era simplesmente a procriação. A mulher era ao mesmo tempo doada e recebida, como um ser passivo. Sua principal virtude, dentro e fora do casamento, deveria ser a obediência, submissão. Filha, irmã, esposa: servia somente de referência ao homem que estava servindo. A inferioridade feminina provinha da fragilidade do sexo, da sua fraqueza ante aos perigos da carne. No centro da moral cristã existia uma aguada desconfiança em relação ao prazer. Ele, segundo os moralistas, mantinha o espírito prisioneiro do corpo, impedindo-o de se elevar em direção a Deus. Na prática do sexo, sempre com o objetivo único da procriação, a mulher não deveria demonstrar sensação de prazer, a posição deveria ser o homem sobre a mulher. Essa posição obrigatória da prática do sexo indicava a situação de submissão que dela se esperava. Seguramente, na concepção dos religiosos, o marido que amasse excessivamente sua esposa era visto como adúltero. Não deveria usá-la como se fosse uma prostituta. A mulher não podia tratar o marido como se ele fosse seu amante. Por intermédio do casamento, o corpo da mulher passava a pertencer ao seu esposo. Mas a alma dela deveria sempre permanecer na posse de Deus. Na época, buscava-se justificar o desprezo dos homens pelas mulheres de todas as formas. Para os pensadores da época, a palavra latina que designava o sexo masculino, Vir, lembrava-lhes Virtus, isto é, força, retidão. Enquanto Mulier, o termo que designava o sexo feminino lembrava Mollitia, relacionada à fraqueza, à flexibilidade, à simulação. Aos homens, pais ou maridos cabia o direito de castigá-las como uma criança, um doméstico, um escravo. Este desdém revela ao mesmo tempo desconfiança e temor. Os homens receavam o adultério por parte da esposa. Temiam que lhes oferecessem certos filtros mágicos que os levassem a impotência. Esterilidade, esta, que assustava os homens.
A Igreja Católica Hoje
Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais ricos, na luta contra a pobreza e a miséria.
Atualmente, a Igreja Católica é muito diferente do que era na Idade Média. Hoje, ela não tem mais todo aquele poder e não pratica atos de violência. Pelo contrário, posiciona-se em favor da paz, liberdade religiosa e do respeito aos direitos dos cidadãos. O papa, autoridade máxima da Igreja, pronuncia-se contra as guerras, terrorismo e atos violentos. Defende também a união das pessoas, principalmente dos países mais ricos, na luta contra a pobreza e a miséria.