1. INTRODUÇÃO
A carne suína é a mais consumida no mundo. O Brasil é o quarto maior produtor e no
primeiro trimestre de 2007 foi abatido 6,5 milhões, representando um aumento de 11,1% em
relação ao mesmo período de 2006. O estado de São Paulo representa 7,15% do abate
nacional (Figura 1).
A carne suína é a mais consumida no mundo. O Brasil é o quarto maior produtor e no
primeiro trimestre de 2007 foi abatido 6,5 milhões, representando um aumento de 11,1% em
relação ao mesmo período de 2006. O estado de São Paulo representa 7,15% do abate
nacional (Figura 1).
Para realização do abate da carne suína as instalações e equipamentos devem está
organizado de forma que facilite as operações e garanta a higiene, passando por banhos de
aspersões. A seguir é apresentado um fluxograma (Figura 2) onde se encontra todas as
etapas do processamento da carne suína, lembrando que todas as normas do RIISPOA
devem ser seguidas no momento do abate.
2. O ABATE
O abate de suínos, assim como o de bovinos é realizado por diversas fases. Todas
as etapas devem ser feitas de forma que não afeta a qualidade final da carne, adotando
medidas higiênicas e preventivas.
O embarque e transporte dos suínos para o abatedouro podem acarretar sérios
prejuízos ao criador, comprador ou ao frigorífico, devido lesões, perda de peso, diminuição
na qualidade da carne e perda por morte de animais.
2.1 RECEPÇÃO/POCILGAS OU MANGUEIRAS
Os suínos são transportados por caminhões até o abatedouro, e através de rampas
colocadas neles vão para pocilgas de recepção. Os animais são inspecionados, separados
por lotes de acordo com a procedência e permanecem nas pocilgas, em repouso e jejum,
por 16 a 24 horas para recuperação do estresse causado pelo transporte e diminuição do
conteúdo estomacal e intestinal.
Os animais deverão passar por um período de descanso que antecede o abate,
diminuindo o estresse e melhorando a qualidade da carne pois serão estabelecidos os
níveis normais de adrenalina e de glicogênio presente no sangue. Antes do abate o animal
deve ficar no jejum de 8 horas.
A água pode ser aspergida sobre os animais para auxiliar no processo “anti-stress”,
bem como para efetuar uma pré-lavagem do couro. Os animais que foram separados na
inspeção sanitária são tratados e processados separados dos animais sadios, de forma
diferente.
Após a entrega dos animais os caminhões são limpos para retirada de fezes, urina,
entre outros, sendo que a maioria dos abatedouros tem uma área especial para a lavagem
dos caminhões. As pocilgas são limpas removendo os estercos e depois é feita uma
lavagem com produtos sanitizantes.
2.2 CONDUÇÃO E LAVAGEM DOS ANIMAIS
Os animais são conduzidos para o abate por lotes, e durante o percurso são lavados
com jatos de água clorada que podem ser de cima para baixo, de baixo para cima ou pelas
laterais. O banho de aspersão com água com 1 atm de pressão dura em média 3 minutos.
2.3 INSENSIBILIZAÇÃO
A insensibilização consiste na instantânea e completa inconsciência do suíno antes
do abate e no Brasil, geralmente é feita por choque elétrico de alta voltagem e baixa
amperagem atrás das orelhas do animal (fossas temporais), mas pode ser realizada por
marreta, pistola pneumática ou gás carbônico. O choque é efetuado por 6 a 10 segundos.
Posteriormente o animal é preso, por uma das pernas, a um transportador aéreo.
2.4 SANGRIA
Deve ser realizada após a insensibilização em no máximo 30 segundos por meio de
seccionamento dos grandes vasos ou punção diretamente no coração é feita retirada do
sangue, que é recolhido para reaproveitamento. Os animais são pendurados em trilho
aéreo, ou podem ser feitas em mesas ou bancadas apropriadas para a drenagem do
sangue. Em média, o volume de sangue drenado por animal é de 3 litros. Parte deste
sangue pode ser coletado de forma asséptica, caso seja direcionado para fins farmacêuticos
ou ser totalmente enviado para tanques para ser posteriormente processado visando
separação de seus componentes ou seu uso em rações animais. Terminada a sangria os
animais passam novamente por um banho de aspersão e em seguida são encaminhados
para escaldagem.
2.5 ESCALDAGEM
Os animais saem do trilho e são imersos em banhos de água quente tratada
aquecida à 65ºC. A escaldagem é feita em tanques metálicos com renovação constante de
água realizada e é facilita a remoção posterior dos pelos e das unhas ou cascos e para
retirada de parte da sujidade presente no couro dos animais. A passagem pela escaldagem
dura entre 2 a 5 minutos.
2.6 DEPILAÇÃO
Após a escaldagem é feita a remoção dos pêlos, inicialmente, em máquinas de
depilação, que possuem um cilindro. A rotação deste cilindro provoca o impacto destas pás
com o couro dos animais, removendo boa parte dos pêlos por atrito. Depois de passar pela
máquina a depilação dos pêlos remanescentes são feitos manualmente com auxílio de
facas. As unhas ou cascos dos suínos também são removidos pelo uso da faca.
Posteriormente deve ser realizado o chamuscamento da carcaça com bico de gás.
2.7 EVISCERAÇÃO
É a abertura neutral da carcaça que vai desde o pescoço até a região inguinal. A
abertura é feita com uma faca e as víceras são removidas. Para que a carcaça não se
contamine é necessário amarrar o ânus e a bexiga. As vísceras são retiradas em operação
manual, à carcaça é lavada e encaminhada para câmaras frigoríficas.
O osso do peito é aberto com serra e remove-se coração, pulmões e fígado. Neste
ponto, pode haver ou não a remoção das cabeças. Normalmente, as vísceras são colocadas
em bandejas da mesa de evisceração, onde são separadas, inspecionadas e encaminhadas
para seu processamento, de acordo com o resultado da inspeção. O processamento dos
intestinos gera a produção de tripas, normalmente salgadas, utilizadas para fabricação de
embutidos ou para aplicações médicas.
2.8 CORTE, TOALETE, PESAGEM E REFRIGERAÇÃO
As carcaças são serradas longitudinalmente após a retirada da cabeça e incisão do
toucinho as carcaças são serradas ao meio pela coluna vertebral. Remove-se a medula e o
cérebro dos animais e as carcaças são limpas com facas. Estas carcaças são então lavadas com água sob pressão, pesadas e encaminhadas para refrigeração em câmaras frias, com
temperaturas controladas para seu resfriamento e sua conservação.
Na Tabela 1 é possível à visualização de alguns valores médios dos produtos que se
obtém no abate de um suíno de cerca de 90 kg, lembrando que os valores variam, entre
outras causas, em função da espécie de suíno, das condições e métodos de sua criação, da
sua idade de abate e de práticas operacionais do abatedouro.
Tabela 1 – Produtos e subprodutos do abate de um suíno de 90 kg
3. REFERÊNCIAS
ABIPECS - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA
DE CARNE SUÍNA. Site corporativo. Disponível em http://www.abipecs.org.br> Acesso em
31/07/2007
Guia técnico ambiental de abates (bovino e suíno) / José Wagner Pacheco [e] Hélio Tadashi
Yamanaka. - - São Paulo : CETESB, 2006. 98p. (1 CD) : il. ; 21 cm. - (Série P + L)
Disponível em : http://www.cetesb.sp.gov.br> Acesso em 30/07/2007.
JUNIOR, A.S.M. Considerações importantes durante o processamento de carcaças suínas -
Parte 1. São Paulo, 19 de maio de 2004. Disponível em:
http://www.suino.com.br/carne/noticia.asp?pf_id=16378&dept_id=2> Acesso em 31/07/2007.
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