PRAGAS E DOENÇAS NO FEIJOEIRO


INSTITUTO FEDERAL MINAS GERAIS-CAMPUS SÃO JOAO EVANGELISTA
MINISTERIO DA EDUCAÇAO E CULTURA-MEC
CURSO TECNICO EM AGROPECUÁRIA

CULTURAS ANUAIS

PRAGAS E DOENÇAS NO FEIJOEIRO

Alunos: Diego Ferreira; Leandro rosa; Rayane Alves; Sandro Lucio
São João Evangelista Novembro-2010

O que são pragas?

Designa-se como praga o surto de determinadas espécies nocivas ao desenvolvimento agrícola, perturbando os ecossistemas.
O que são doenças?

Doença (do latim dolentia, padecimento) é uma condição anormal de um organismo que interfere nas funções corporais e está associada a sintomas específicos, ou seja, distúrbio causado por microorganismos (fungos, bactérias, vírus) e nematóides que interferem no desenvolvimento e produção das plantas.

Passos para a realização do manejo integrado de pregas do feijoeiro:

1)Identificar os danos, as pragas e seus inimigos naturais.
2)Amostrar as pragas e os inimigos naturais.
3)Tomada da decisão
4)Escolha Do produto a ser usado.

Medidas Usadas para controlar:

Estratégias de manejo Integrado.
Obtenção de culturas,
Plantio direto e coberturas mortas,
Tratos culturais,
Uso de sementes sadias,
Controle químico,
Cultivares resistentes,

Principais Pragas do feijoeiro.

Broca do caule; lagarta rosca; lesma; vaquinhas; lagarta-enroladeira; mosca minadora; cigarrinha verde; mosca-branca; Ácaro-branco; lagarta das vagens; Percevejos; carunchos.
Praga que atacam as Plântulas
Broca do caule, Lagarta-rosca, Lesma.

Broca do Caule

A lagarta tem cerca de 15 mm de comprimento apresenta coloração verde-azulado, com estrias marrons dispostas longitudinalmente. Os adultos possuem de 15 a 25 mm de envergadura, sendo os machos pardo-amarelados e as fêmeas pardo-escuras ou cinzas.
Inicialmente, as lagartas alimentam-se das folhas, descem ao solo e perfuram o colo e abrem uma galeria no interior do caule até a sua parte superior.
Os danos são ocasionados pelas lagartas que penetram no caule, abaixo da superfície do solo, causando o secamento e, em conseqüência, a morte da planta.
O controle pode ser realizado por meio da eliminação ou incorporação de restos culturais.

Lagarta-rosca

A lagarta-rosca habita o solo e durante a noite, atua causando perfurações ou cortes transversais no caule dos feijoeiros, provocando redução do estande. O controle pode ser realizado pela eliminação de restos culturais e pela preparação adequada do solo. No caso de grandes infestações recomenda-se o controle químico.

Lesma

A lesma tem constituído em uma praga importante no feijoeiro, principalmente em áreas de plantio direto. A lesma e um molusco de corpo achatado, coloração parda, úmida e quando adulta, mede de 5 a 7 Cm. Para seu desenvolvimento a lesma necessita de alta umidade e, por isso, em período seco elas são inativas.A lesma começa seu ataque nas bordas próximas da área úmidas e, posteriormente, progride para o interior da lavoura.As lemas jovens consomem totalmente as folhas, com exceção das nervuras, pode causar reduções da ordem de 20%nas plantas e de 16% nos rendimentos.

Pragas que atacam as folhas

Vaquinhas, Lagarta-enroladeira, mosca minadora, cigarrinha verde, mosca branca, Àcaro branco.

Vaquinha

O termo "vaquinha" é utilizado para denominar os pequenos besouros coloridos que se alimentam ("pastam") das folhas das culturas. As vaquinhas adultas alimentam-se dos tecidos vegetais, danificando folhas flores, vagens e transmitindo doenças, principalmente viroses. No estádio de larva, atacam o sistema radicular, reduzindo a capacidade da planta em absorver água e nutrientes e propiciando a penetração de fungos de solo, sobretudo do gênero Fusarium. Também atacam as sementes durante a germinação destruindo as plântulas. O controle das vaquinhas adultas deve ser realizado nas etapas iniciais de desenvolvimento da cultura até o florescimento, quando forem observados mais de dois insetos por planta. O controle pode ser realizado com inseticidas a base de Carbaril, Acephate, Metamidophos e Fenitrothion.

Cigarrinha

As cigarrinhas sugam a seiva da planta e enquanto se alimentam há ocorre à injeção de substâncias tóxicas que provocam, posteriormente, o encarquilhamento das folhas e cloroses, retardam o crescimento, causando nanismo e diminuindo a produtividade. O inseto adulto mede cerca de 3,0 mm e apresentam coloração esverdeada.

Lagarta enroladeira

A lagarta enroladeira pode causar prejuízo ao feijoeiro esporadicamente, quando em altas populações.Possui o habito de enrolar em uma folha ou de juntar duas folhas próximas, unindo-as em fios de seda e criando um abrigo no interior do qual passa a fase larval.A lagarta e verde escura, podendo medir, ao final do ciclo, de 12-15 mm. A pipa, de cor marrom, permanece no interior do abrigo construído pela lagarta.

Mosca Minadora

No feijoeiro a ocorrência da mosca-minadora tem sido constatada no inicio do desenvolvimento da cultura, principalmente no plantio de inverno. Os adultos medem 1,0 mm de comprimento, sendo o corpo de coloração preta, com duas pontuações amarelas no dorso.Os danos causados pelo inseto na lavoura são decorrentes das galerias que formam nas folhas, provocadas pelas larvas quando se alimentam e o ataque concentra nas folhas mais velhas do feijoeiro, por isso e importante o uso de inseticidas.

Mosca Branca

Os insetos medem cerca de 1,0 mm, com dois pares de asas membranosas, cobertas por partículas cerosas, localizam principalmente na face interior das folhas onde efetuam a postura. Os danos são diretos da mosca-branca no feijoeiro as o insignificante.Os maiores danos estão associados à transmissão do vírus do Mosaico-dourado.

Ácaro-branco

A infestação inicial se da em reboleiras e os sintomas de ataque são visíveis nas folhas do feijoeiro, as quais tendem a se enrolar para cima.Com base na biologia da praga, cujo ciclo de vida e curto, recomenda-se que o uso de pulverizações no combate a praga não ultrapasse quatro dias.

Pragas que atacam as vagens.

Percevejos, Lagarta das vagens, Carunchos.

Percevejo

Os percevejos atacam as vagens reduzindo a produtividade e afetando a qualidade de grãos. As principais espécies que causam danos ao feijoeiro são dos gêneros Nezara, Piezodorus e Megalotomus. O controle pode ser realizado com inseticidas a base de Fenitrothion, Metamidophos, Triclorfom e Clorpiriphos etil.

Lagarta das vagens

Inicialmente, as lagartas se alimentam das flores e dos brotos, depois, perfuram as vagens, onde passam a habitar se alimentando das sementes imaturas. Os adultos têm cerca de 23 mm de envergadura, apresentam coloração marrom-clara, com manchas nas asas anteriores. A postura é realizada nas gemas e vagens, sendo que cada fêmea é capaz de colocar cerca de 150 ovos. As lagartas apresentam coloração pardacenta e possuem quatro manchas negras em cada segmento.

Caruncho

Os machos adultos apresentam coloração parda. As fêmeas são maiores e apresenta asas de cor escura com quatro manchas de cor creme. Põem, em média, 22 ovos e vivem cerca de 11 dias. Os ovos são colocados sobre o tegumento da semente, que é perfurada pelas larvas, que levam cerca de 14 dias para completarem o seu desenvolvimento. O controle é feito realizando o expurgo da semente, que consiste na aplicação de inseticidas gasosos, como a fosfina. Os carunchos alteram o peso do produto e o poder germinativo das sementes, alem da depreciação do valor comercial devido à presença dos insetos mortos, ovos e excrementos e orifícios nos grãos.

Principais Doenças no Feijoeiro.

Antracnose, Mancha angular, Ferrugem, Mancha de Alternaria, O carvão, Mofo branco, Oídio, Crestamento Bacteriano Comum, Mosaico dourado, Mosaico comum, e a Mela.

Antracnose

É uma doença considerada de maior importância na cultura do feijoeiro e está distribuída em todas as regiões produtoras. Ocorre com maior severidade no sul do país, onde as condições climáticas são mais favoráveis. Provoca queda na produtividade, prejudica também a qualidade do produto causando alterações, deformação, enrugamento e manchas nos grãos.A doença é causada pelo fungo Colletotrichum lindemuthianum sendo a sua fase perfeita o fungo Glomerella cingulata f. sp. Phaseoli. As condições ambientais ótimas para o desenvolvimento do fungo causador da antracnose são temperaturas amenas (14 oC a 20 oC) e alta umidade relativa. O patógeno pode sobreviver em restos de culturas, sendo a semente infectada a principal fonte de disseminação da doença. As folhas afetadas apresentam lesões que ocorrem inicialmente na face inferior da folha, caracterizando-se por um enegrecimento das nervuras que se estende aos tecidos adjacentes. Nas hastes, vagens e sementes, as lesões são geralmente de coloração escura, arredondada ou ovulada, e deprimidas em relação à superfície do órgão Com o progresso da doença as vagens podem murchar e secar. A semente infectada pode apresentar lesões levemente deprimidas, de cor marrom, bordos escuros, facilmente observados nas sementes de tegumento claros. Nas sementes de tegumento preto, as lesões são deprimidas, com bordos avermelhados.

Mancha-angular

Este doença ocorre com maior intensidade na safra da seca. É considerada uma das mais preocupantes doenças do feijoeiro, podendo causar perdas de até 70%, caso ocorra precocemente. É favorecida por temperaturas amenas e ocorrência de orvalho. A doença é causada pelo fungo Phaeoisariopsis griseola, o qual produz conídios durante períodos prolongados de alta umidade. É favorecida por temperatura entre 18-25oC associada com períodos de alta umidade. Ocorre com maior freqüência durante o estádio de formação e maturação de vagens. Os conídios podem ser disseminados em grandes distâncias por correntes aéreas, respingos de chuvas e partículas de solo contaminadas. Podem sobreviver em sementes e restos de cultura.Os sintomas desta doença podem ser observados no caule, folhas e vagens. Nas folhas verdadeiras, as lesões são angulares, delimitadas pelas nervuras de coloração pardo-acinzentada, visível na face inferior da folha. Nas hastes, as lesões podem ser alongadas e de cor castanho-escuro, sendo que nas vagens as lesões são quase circulares, de coloração castanho-avermelhado, com os bordos escuros. As vagens atacadas podem produzir sementes mal desenvolvidas ou totalmente enrugadas. A doença é transmitida pela semente.Rotação de culturas, época adequada de plantio, uso de sementes sadias, variedades resistentes e tratamento químico (Mancozeb, Maneb).

FERRUGEM

É uma doença de ampla distribuição sendo mais comum em regiões tropicais úmidas e subtropicais. Ocorre em todas as regiões produtoras de feijão e em condições favoráveis pode causar prejuízos de até 46%. A doença pode causar danos tanto mais severos quanto mais cedo ocorrer no ciclo da cultura.
Causada por Fungo.As condições ambientais favoráveis ao desenvolvimento da doença são temperatura, entre 17 e 27oC e alta umidade (acima de 90%), intercalada por períodos de baixa precipitação e grande quantidade de orvalho.São disseminados pelo homem, implementos, animais, insetos e principalmente pelo vento. Pode sobreviver entre as estações de cultivo, iniciando nova epidemia quando as condições forem favoráveis. Manifesta-se principalmente nas folhas do feijoeiro, sendo as hastes e as vagens pouco atingidas. Ocorre com intensidade variável, provocando desfolha prematura nas lavouras severamente atacadas. Os sintomas característicos da doença se manifestam nas folhas como pequenos pontos cloróticos, evoluindo para pústulas salientes de cor esbranquiçada ou amarelada, que aparecem preferencialmente na face inferior das folhas. Em poucos dias, surgem pequenas pústulas de cor ferrugem em ambas as superfícies das folhas, quase sempre rodeadas por um halo amarelo. Folhas severamente atacadas tornam-se amarelas, secam e caem.Uso de cultivares resistentes, rotação de cultura, épocas adequadas de plantio, eliminação dos restos culturais e tratamento químico (Mancozeb, Oxycarboxin).

Mancha de alternaria

A mancha de alternaria e também conhecida como mancha-parda.Temperaturas mais amenas favorecem a ocorrência da doença.Causada por fungo.A planta apresenta manchas pequenas e irregulares pardo-avermelhadas, com bordas mais escuras e bem definidas, evoluem para manchas maiores, circulares, apresentando anéis concêntricos.Temperatura entre 16-20 c e alta umidade favorece o desenvolvimento da doença.Medidas de controle incluem a utilização de semente sadia e tratada, a rotação de culturas, o plantio de variedades resistentes e o controle químico.

O carvão

O carvão e causado por fungo, que são favorecidas por temperaturas relativamente entre 28-33 c e alta umidade relativa.Inicialmente são observado manchas pequenas na base do caule, próximo do colo da planta.Depois toda a região basal da planta torna-se negra.Devem ser empregadas sementes sadias e tratadas.Plantios de feijão em sucessão a milho devem ser evitados. Ao fazer o esquema de rotação, deve-se incluir outras espécies, especialmente em áreas com histórico da doença.

Mofo-branco

Ocorre principalmente em regiões de clima frio e úmido. Possui ampla faixa de hospedeiros e pode sobreviver por vários anos no solo. É considerado por muitos produtores o pior vilão do feijão irrigado, responsável por prejuízos significativos nas regiões produtoras de sementes. Causada por Fungo. A doença geralmente inicia-se em reboleiras na lavoura, principalmente nos locais de alta densidade e acamamento de plantas.A folhagem murcha e são formados dentro do tecido infectado e sobre ele corpos duros e negros, de formato irregular, que são visíveis a olho nu.O controle e feito através da rotação de culturas, uso de sementes sadias, tratamento químico das sementes (Benomyl, Captan) e pulverização com fungicidas (Tiofanato metílico + Chlorothalonil).

Oídio

Ocorre com maior intensidade em condições de seca e de temperaturas moderadas, podendo causar sérios danos à cultura se ocorrer antes do florescimento e acarretar perdas de produtividade entre 17 e 69%. Causada por Fungo.Os sintomas se manifestam nas folhas, hastes e vagens. Os primeiros sintomas são manchas verde-escuras na parte superior das folhas que logo se tornam pulverulentas e brancas, podendo tomar toda a superfície foliar.As vagens afetadas também apresentam crescimento pulverulento e, dependendo da intensidade do ataque, pode causar deformações e queda de vagens.O controle e feito através de uso de cultivares resistentes, época adequada de plantio e tratamento químico (Chlorothalonil, Tiofanato metílico + Chlorothalonil).

Crestamento Bacteriano Comum

Essa doença é causada pela bactéria Xanthomonas axonopodis pv. phaseoli (Smith) e tem sido freqüentemente observada em lavouras de feijão comum no Estado de Rondônia, onde é favorecida pela pelas altas temperaturas e umidade. A doença ataca toda a parte aérea, mas os sintomas são observados principalmente nas folhas e caracterizam-se pela ocorrência de lesões secas e quebradiças rodeadas por um notável halo amarelo. O controle e feito através de uso de variedades resistentes, sementes sadias, rotação de culturas, tratamento de sementes com antibióticos e eliminação de restos culturais.

Mosaico-Dourado

O vírus do mosaico dourado do feijoeiro é transmitido pela mosca branca, Bemisia tabaci, e é um problema sério em vários Estados do país, principalmente São Paulo e Paraná, onde podem causar perdas acima de 80% na produção quando a infecção ocorre até 30 dias após a emergência. Esta doença ocorre com maior intensidade no feijão "da seca", quando a população da mosca branca, vetora do vírus, é maior.Os sintomas iniciam-se nas folhas mais novas com um salpicamento amarelo vivo, tomando posteriormente todo o limbo foliar ou todo mosaico a planta, delimitada pela coloração verde das nervuras, dando um aspecto de U, O controle e feito através de cultivares resistentes, época adequada de plantio e aplicação de inseticidas para eliminação da mosca branca.

Mosaico-comum

O mosaico comum do feijoeiro é uma doença amplamente disseminada em todas as regiões produtoras desta leguminosa, e as perdas na produção dependem da cultivar, da estirpe do vírus e da idade da planta no momento da infecção. Os sintomas mais comuns são os em forma de mosaico, manifestando-se em cultivares infectadas um mosaico composto por áreas verde-claro intercaladas por áreas verdes normais e na maioria das vezes apresentando rugosidade e enrolamento das folhas. Estas folhas freqüentemente são menores que as folhas sadias. O controle e feito através de Uso de cultivares resistentes, de sementes sadias e controle do inseto vetor através de aplicações de inseticidas fosforados.

Mela

Muito importante doença do feijoeiro com perdas elevadas e em alguns casos perdas totais.Os tecidos infectados apresentam inicialmente, lesões encharcadas que se espalham rapidamente para a haste e ramos. Posteriormente, nos tecidos infectados, uma eflorescência formada por micélio cotonoso, constituindo os sinais característicos da doença O controle e feito através de uso de sementes sadias, práticas culturais e controle químico.

Doenças causadas por nematóides.

Nematóides-das-galhas, Nematóides-das-lesões.

Nematóides-das-galhas

São endoparasitos obrigatórios e possuem centenas de hospedeiros, incluindo espécies cultivadas e plantas daninhas.As plantas infectadas apresentam amarelecimento e crescimento reduzido, com sistema radicular malformado, com engrossamento e encurtamento de raízes e menor eficiência para absorver água e nutrientes. Não e viável o uso de nematicidas, Recomenda-se uso de rotação de culturas, com gramíneas como pratica visando à redução da densidade populacional dos nematóides.

Nematóides-das-lesões.

Causam danos não consideráveis, São endoparasitos migratórios capazes de infectar diversas culturas importantes como o milho e soja e batata. Medidas de controle incluem a rotação de culturas, especialmente com amendoim e plantas antagonistas, controle de plantas daninhas hospedeiras e revolvimentos periódicos do solo.


Referencia bibliográfica


Revista: Informe Agropecuário. Titulo: Feijão de Alta Produtividade. Editora: EPAMIG-2004. Paginas: 99-136. Livro: Feijão. Edição: 2ª. Editores: Clibas Vieira. Trazilbo Jose de Paula Junior, Aluízio Borem. Editora: UFV 2006. Paginas:341-414.

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