Juína e sua economia


A economia do município de Juína tem sofrido várias transformações mas prevalece a exploração industrial extrativista e agropecuarista. Prioritariamente a economia se baseou no extrativismo vegetal - extração de madeiras nobres da região; extrativismo mineral com exploração de diamantes e agricultura de subsistência. A pecuária também tem grande importância no desenvolvimento econômico de Juína e região, com numeroso rebanho bovino.

PANORAMA DA SITUAÇÃO ATUAL DA REGIÃO
A agropecuária é a principal atividade econômica da região, destacando-se pelo seu rebanho bovino, responsável pela participação do setor com 37,65% do PIB regional, além da exploração madeireira (a indústria representa 15,77%, e os serviços alcançam 46,57% do PIB da Região). Juína contribui com 3,07% na composição do PIB agropecuário estadual, bem acima da sua participação no total da economia. A economia regional cresceu, entre 2000 e 2004, um pouco abaixo da média registrada pelo conjunto do Estado (19,4% contra 20,1%), mas tem baixa participação (2,2%) no PIB mato-grossense, em penúltimo lugar entre as regiões. a região de Juína coloca-se na última posição no ranking do PIB per capita regional, com o valor de R$ 6.247,00, que corresponde a tão-somente 61,0% do PIB per capita estadual (R$10.361,00). Internamente existe equilíbrio no PIB per capita dos municípios, na medida em que a população tende também a se concentrar nos municípios de maior base econômica; assim, o município de Juína, que se destaca com grande participação no PIB regional, cai para o quinto lugar no PIB per capita, de modoque Rondolândia, com a menor base econômica da região, lidera o PIB per capita da região. Apesar da recente expansão da economia, grande parte do território regional de Juína ainda apresenta um ambiente bastante conservado, com a floresta oscilando entre a condição de preservado e conservado. Apenas em parte do município pólo, Juína, e em Rondolândia, o ambiente natural é considerado muito alterado e antropizado, precisamente onde é mais forte a presença da pecuária, da mineração e da atividade madeireira. A região tem grande potencial de recursos naturais, especialmente a biodiversidade que pode servir de base para produtos bióticos, além da disponibilidade de recursos minerais e madeireiros, em fase inicial de exploração não sustentada. Em Juína convive a agropecuária de grande e pequeno porte, com a presença de médios e pequenos pecuaristas.
PERSPECTIVAS FUTURAS PARA A REGIÃO
– a região Noroeste 1 (Juína) experimenta, nas próximas duas décadas, crescimento muito alto (média de 9,3% ao ano), ligeiramente acima da média estadual. Como resultado da combinação da exploração sustentável do potencial madeireiro, mineral e biótico, na atual base produtiva, com o asfaltamento da MT 170 (com prioridade para os trechos Juína – Colniza; Juína – Campo Novo do Parecis) e melhoria do acesso aos grandes eixos rodoviários de escoamento do Estado (BRs 163 e 364); a região deve receber um impulso de crescimento e diversificação econômica, mas com moderado beneficiamento industrial da produção primária e da madeira, além da implantação de importantes projetos de reflorestamento para
venda de crédito de carbono; esta tendência, contudo, é moderada pela gestão ambiental, considerando que tem mais da metade do território destinado a uso controlado e aproximadamente 1/4 de áreas indígenas. Nos próximos dez anos, a economia de Juína cresce a taxas muito altas com diversificação produtiva e exportação competitiva, exploração madeireira controlada, aproveitamento biótico e adensamento da pecuária. Em 2026, o PIB da região deve alcançar R$ 4.090,00 milhões (a preços de 2004), com leve aumento da participação na economia mato-grossense (de 2,17% em 2005 para 2,21%, em 2026), e o PIB per capita chega a R$ 27.034,00, mais de quatro vezes superior ao atual, considerando uma taxa de expansão demográfica de 1,7% ao ano, pouco acima da média estadual. Mesmo assim, em 2026, o PIB per capita de Juína ainda será 62,0% do valor alcançado por Mato Grosso no mesmo ano, representando pequena melhora relativa.

Assim, para a região polarizada por Juína foram identificadas as seguintes vantagens/
potencialidades:
·         Diversidade cultural dos imigrantes, seu espírito empreendedor, sua perseverança e sua
·         capacidade de adaptação às condições particulares da região.
·         Capacidade e tradição empresarial em pecuária e agricultura.
·         População jovem e em idade produtiva.
·         Boa estrutura de assistência básica à saúde na cidade Pólo.
·         Organização da sociedade em grande número de associações. cooperativas, sindicatos,
·         conselhos – prática de parceria entre entidades e atuação de ONGs.
·         Diversidade de empresas nos ramos de agricultura, pecuária, indústria, comércio e agronegócio da madeira e ampla base de agroindústria e agricultura familiar.
·         Disponibilidade de matéria-prima para a indústria de alimentos e da madeira.
·         Capacidade de adaptação empresarial às exigências do mercado e do desenvolvimento sustentável.
·         Atividades econômicas sustentáveis de manejo, certificação da produção orgânica, pastagem ecológica, sistemas agroflorestais e reflorestamento.
·         Grande quantidade e diversidade de recursos naturais renováveis
·         Região com grande potencial para pesquisas ambientais
·         Potencial turístico, com rico folclore regional
·         Controle ambiental rígido e programas de incentivo para a valorização dos recursos naturais,
·         com consciência do desenvolvimento sustentável para um número crescente de pessoas.
·         Grandes extensões de terras agricultáveis e clima favorável.
·         Região com potencial para receber projetos de seqüestro de carbono.
·         Ampla biodiversidade e espécies florestais.



Problemas e Estrangulamentos
Foram destacados para a região os seguintes problemas e estrangulamentos:

·         Degradação ambiental, resultado da exploração predatória dos recursos naturais, polui-
·         ção dos rios e desmatamento desordenado, alto índice de queimadas e degradação de
·         áreas de preservação.
·         Baixa escolaridade e mão-de-obra sem qualificação e técnicos insuficientes e com forma-
·         ção defasada da realidade regional e do desenvolvimento sustentável.
·         Frágil estrutura de ensino e falta de cursos profissionalizantes, além de insuficiência de extensão universitária nos municípios da região e ausência de instituições de ensino superior.
·         Pobreza e desigualdade social.
·         Empresários sem formação gerencial e com cultura do lucro imediato.
·         Desvalorização e não integração da cultura indígena.
·         Baixa presença de líderes que atuem como agentes de transformação.
·         Infra-estrutura econômica e social insuficiente para a demanda.
·         Empobrecimento do solo e solo em formação, restringindo à agricultura convencional.
·         Grande número de empresas operando na informalidade.
·         Custo elevado e distância dos mercados de consumo.
·         Pouca diversificação da atividade industrial, concentrada em serrarias e laminadoras de
·         baixo valor agregado/produção orientada para produtos primários, com baixos índices de
·         industrialização e de valor agregado.
·         Alto custo da mão-de-obra na produção agrícola.
·         Pecuária predominantemente extensiva.
·         Atraso tecnológico na maioria das atividades produtivas (altos índices de desperdício e
·         baixa produtividade do setor madeireiro, combinado com despreparo tecnológico do produtor e altos índices de desperdícios, incluindo a falta de rotatividade de culturas).
Oportunidades do Ambiente Externo
Foram identificadas as seguintes oportunidades externas à região de Juína:
·         Redução de barreiras alfandegárias para produtos agropecuários.
·         Formação da ALCA com ampliação do mercado para produtos do agronegócio.
·         Consolidação do Mercosul com ampliação do mercado para produtos do agronegócio.
·         Ampliação da demanda mundial de alimentos.
·         Crescimento da demanda mundial e nacional por produtos orgânicos.
·         Crescimento da demanda de água e recursos naturais com forte aumento da demanda
de hidroeletricidade no Brasil.
·         Aumento da demanda de energia renovável, incluindo biomassa e biocombustível com
·         mudança da matriz energética.
·         Ampliação de mercado de crédito de carbono.

http://www.seplan.mt.gov.br/arquivos/A_079c658cce302efdfe79f1ae96660b53I%20juina.pdf


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