Abate de Bovinos

1. INTRODUÇÃO
 Nos últimos anos, o Brasil tornou-se o maior exportador mundial de carne bovina. Em
2006, o rebanho bovino brasileiro estava em torno de 198,5 milhões de cabeças,
considerado um dos maiores do mundo. Os maiores produtores são Centro-Oeste (34,24%),
seguido pelo Sudeste (21,11%), Sul (15,27%), Nordeste (15,24%) e Norte (14,15%).
 A qualidade da carne que chegará para o consumidor recebe grande influencia que
vai desde manejo do animal na propriedade rural até o momento do abate, sendo
necessário que o abate ocorra sem sofrimentos para o animal para diminuir a carga de
estresse e a carne ficar mais macia.
Abate bovino.


Quando se fala de abate de bovinos  alguns cuidados devem ser tomados, pois
existem etapas neste processo que são consideradas críticas para a contaminação de
carcaças por microrganismos. Para realização de um bom um bom abate os animais não
devem ser estressados desnecessariamente,  a sangria realizada deve ser eficiente,
evitando as contusões da carcaça e todas as normas do RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal) devem ser seguidas. O
abate tem que ser higiênico e seguro aos operadores.
Fluxograma básico do abate de bovinos
2. TRANSPOSRTE DOS ANIMAIS 
Os bovinos são transportados em “caminhões boiadeiros”, com capacidade média de 
5 animais na parte anterior e posterior e 10 animais na parte intermediaria, totalizando 10 
animais. O transporte não deve ser realizado em condições desfavoráveis ao animal, feito 
nas horas mais frescas do dia, para evitar estresse, contusão e até mesmo a morte dos 
animais. Altas temperaturas e diminuição do espaço também são problemas durante o 
transporte. 
3. RECEPÇÃO DOS BOVINOS 
Ao chegar ao abatedouro os animais são descarregados nos currais de recepção 
(Figura 3) por meio de rampas adequadas, preferencialmente na mesma altura dos 
caminhões, Nesse período é feita à inspeção  ante-mortem,  verificando vacinas, sanidade, 
isolamento dos animais doentes, condições higiênicas dos currais e dos animais, em 
seguida são separados por lotes de acordo com a procedência e permanecem nos currais, 
em repouso e jejum. 
Animais no curral de recepção

4. DESCANSO E DIETA HÍDRICA 
Para que ocorra a recuperação os animais devido ao transporte eles necessitam 
passar por um período de descanso que melhora a qualidade da carne, pois os níveis de 
adrenalina e de glicogênio presentes no sangue voltam ao normal.  O jejum reduz o 
conteúdo gástrico para facilitar a evisceração do animal. De acordo com o RIISPOA os 
animais devem ficar em descanso, jejum e dieta hídrica nos currais por 24 horas e esse 
tempo poderão ser reduzidos em função da distância percorrida pelo animal até o 
abatedouro. 5. LAVAGEM DOS ANIMAIS 
Após o período de descanso, os animais são conduzidos por uma rampa ao boxe de 
atordoamento e nessa rampa é feito a lavagem dos animais (Figura 4), por um banho de 
aspersão. No final da rampa existe um afunilamento (seringa), permitindo a passagem de 
um animal por vez.  Segundo o Ministério da os chuveiros podem ser instalados 
direcionados de cima para baixo, para as laterais dos animais e de baixo para cima, o que 
permite uma lavagem melhor do esterco e de outras sujidades antes do abate.  Essa 
lavagem é realiza antes do abate para limpar a pele do animal, tendo assim uma esfola 
higiênica.  A limpeza dos cascos, região do ânus e extremidades deve ser feita no curral, 
com mangueiras. Os animais devem permanecer um pequeno tempo na rampa para que a 
pele seque e a esfola seja realizada corretamente.
Lavagem dos animais antes do abate
6. INSENSIBILIZAÇÃO 
Realizado por meio mecânico que tem o objetivo de deixar o animal inconsciente até 
o fim da sangria. Existem inúmeras formas de fazer o atordoamento, tais como: marreta, 
martelo pneumático não penetrante, armas de fogo, pistola pneumática de penetração. O 
abate também pode ser realizado através do método kasher, que é a degola cruenta sem 
insensibilização, utilizados pelos judeus. O ritual kasher começa pela contenção do animal, 
depois ocorre o estiramento da cabeça através de um gancho com uma incisão sem 
movimentos bruços dentre a cartilagem e a laringe, cortando a pele, músculos, traquéias, 
esôfago, permitindo a máxima remoção de sangue.  
 No Brasil, o equipamento de atordoamento normalmente usado é a marreta 
pneumática (figura 5), com pino retrátil, que é aplicada na parte superior da cabeça dos 
animais. O pino perfura o osso do crânio e destrói parte do cérebro do animal, deixando-o inconsciente. Existe ainda o uso da pistola, sem dispositivos penetrantes, que faz o 
atordoamento por concussão cerebral.  
Atordoamento de bovinos com marreta pneumática
Depois da insensibilização o animal atordoado cai para um pátio, ao lado do “box” e 
posteriormente o animal é pendurado, pela traseira (Figura 6), em um transportador aéreo 
sendo pendurado em um trilho aéreo. Normalmente os animais vomitam e recebem um jato 
de água para limpeza do vômito.  
Animais içados pela pata traseira, direcionados para a sangria  
7. SANGRIA 
Terminada a limpeza dos vômitos, os animais são levados através dos trilhos até a 
calha da sangria. A sangria  ocorre por meio de corte dos grandes vasos do pescoço. O 
sangue escorre do animal suspenso, é coletado na calha e direcionado para 
armazenamento em tanques, gerando de 15 a 20 litros de sangue por animal. Os cortes são 
feitos por facas e após a sangria de cada animal é necessário que estas sejam mergulhadas 
em caixas de esterilização. 
 A morte ocorre por falta de oxigenação no cérebro. Parte do sangue pode ser 
coletada assepticamente e vendida in natura para indústrias de beneficiamento, onde serão 

separados os componentes de interesse (albumina, fibrina e plasma).  Após a sangria, os 


chifres são serrados e submetidos a uma fervura para a separação dos sabugos (suportes 
ósseos), e depois de secos podem ser convertidos em farinha ou vendidos.  
A sangria (Figura 7) feita de forma correta deve remover 60% do sangue do animal e 
os 40% restante ficará retido em músculos e víceras.  Uma sangria mal feita causa 
putrefação da carne.
Operações de sangria
8. ESFOLA E REMOÇÃO DO COURO E CABEÇA
Antes da remoção do couro, para aproveitamento dos mocotós, corta-se as patas 
dianteiras. Amarra-se para evitar a contaminação da carcaça, o ânus e a bexiga. O couro  é 
retirado de pois de ter sido cortado com facas em pontos específicos, para facilitar sua 
remoção. A remoção do couro pode ser feito por máquinas ou de forma manual com auxilio 
da faca, cercada de cuidados para que não haja contaminação da carcaça por pêlos ou 
algum resíduo fecal.
Cortes iniciais do couro
Em seguida corta-se com uma faca o rabo, o útero ou os testículos, posteriormente 
remova-se a cabeça que é lavada e retirada os resíduos de vômito, para fins de inspeção e 
para certificar-se da higiene das partes comestíveis. A cabeça é limpa com água e a língua 
e os miolos são recuperados.  
9. EVISCERAÇÃO 
As carcaças são abertas (Figura 9) com serra elétrica ou  manualmente. As vísceras 
são retiradas e carregadas em uma bandeja para inspeção. Após lavagem, utilizando água 
quente, as carcaças são encaminhadas a câmaras frigoríficas ou a desossa, ou seja, as 
carcaças são divididas em seções menores e cortes individuais para comercialização. 
Abertura da carcaça 
10. REFRIGERAÇÃO 
As meias carcaças são resfriadas para diminuir possível crescimento microbiano 
(conservação).Para reduzir a temperatura interna para menos de 7°C, elas são resfriadas 
em câmaras frias com temperaturas entre 0 e 4°C. O tempo normal deste resfriamento, para 
carcaças bovinas, fica entre 24 e 48 horas. 
Meias carcaças inteiras armazenadas em câmaras frias

11. REFERÊNCIAS
BRASIL.  Ministério da Agricultura. Regulamento da inspeção industrial e sanitária de 
produtos de origem animal - RIISPOA. Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/ on 
line>. Acesso em: 01 de agosto de 2007. 
CNPC - CONSELHO NACIONAL DA PECUÁRIA DE CORTE. Balanço da pecuária bovídea 
de corte. Site corporativo. Disponível em http://www.cnpc.org.br > Acesso em 31/07/2007

Guia técnico ambiental de abates (bovino e suíno) / José Wagner Pacheco [e] Hélio Tadashi 






Yamanaka. - - São Paulo: CETESB, 2006. 98p. (1 CD): il. ; 21 cm. - (Série P + L) Disponível 
em: http://www.cetesb.sp.gov.br> Acesso em 30/07/2007. 
ROÇA, R.O., São Paulo. Disponível em: 
http://dgta.fca.unesp.br/carnes/Artigos%20Tecnicos/Roca104.pdf > Acesso em: 30 de julho 
2007. 














7 comentários:

  1. Que cenas dantescas! Descrevendo friamente todas essas ações, me parecem mais cruéis do que o proprio holocausto nazista!
    Como o ser humano é maldoso!
    Por isso é bom ser vegetariano, consciência tranquila e espírito em paz...

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  2. Bom, obrigada pelo comentário.
    Você tem toda razão, mas apesar deste ser um método muito cruel, este foi o melhor modo que encontrarão para o animal sofre menos.

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  3. para mim sao todos uns assassinos crueis, o meu dinheiro esses escrotos nao veem, pois graças a deus sou vegetariana amo os animais e respeito a vida!!!

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    1. Daniel Ofman - pecuarista24 de fevereiro de 2012 às 19:03

      retardados fugiram das aulas de biologia planta é um ser vivo que respira, se reproduz com órgãos femininos e masculinos.Nós humanos somos todos parasitas de vegetais, animais e minerais então não fale besteira 'natureba' kkk!!!

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  4. blá blá blá blá. as plantas também são vivas! vegetarianos imbecis...

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  5. plantas não tem sistema nervoso, seu imbecil.
    o criterio etico nunca foi a vida e sim a capacidade de sentir dor e prazer.

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    1. No meu ponto de vista, nem um de vcs esta certo. Vcs não possuem ética. Isto é apenas uma apresentação de como funciona o processo de abate, não discussão de vegetarianos e babacas, na real, todos babacas. Se vc come carne ou não, problema é seu. Mas respeitem este blog.

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Obrigada pelo seu comentário, espero te-lo ajudado!
Abraço, Roselaine Mezz