Arroz de Várzea

Arroz de Várzea-Solo
Até um determinado ponto, as condições apresentadas pelos solos de várzea podem ser consideradas favoráveis para o cultivo do arroz irrigado por reduzir as perdas de água e de nutrientes, porém são restritivas ao desenvolvimento do sistema radicular das culturas de sequeiro, podendo, em casos extremos de compactação, ser prejudiciais mesmo para o arroz irrigado. Em função da heterogeneidade do material de origem e dos diferentes graus de hidromorfismo, apresentam grande variação nas características morfológicas, físicas, químicas e mineralógicas, o que determina seu agrupamento em diferentes classes, com diferentes limitações. Os solos arenosos ou os solos profundos, muitas vezes, não podem ser aproveitados, por serem antieconômicos. Esses solos são laváveis, empobrecendo as camadas de terra onde estão as raízes da planta, dificultando a sua alimentação.
Quanto à acidez, embora a faixa mais indicada de ph seja entre 5,7 a 6,2, o arroz produz ainda em solos que tenham alto índice de acidez e baixo teor de elementos minerais. É verdade que, nessas condições, produz menos. Por sua vez, em terrenos alcalinos, o arroz não se dá bem. As terras roxas legítimas, por esse motivo, não se prestam.
Por ser planta versátil, este cereal poderá ser cultivado também em terrenos altos, desde que os regimes de chuva favoreçam. Paraná, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e São Pauto, são exemplos disso. Hoje, tornaram-se grandes zonas de produção, à exceção de São Paulo, onde as condições de clima e de terra já não são tão propícias. No caso desse tipo de cultura, arroz de sequeiro, as terras mais frescas, com teor razoável de matéria orgânica e rica em elementos químicos, é as mais desejáveis e que produzem as melhores colheitas.
Água
O arroz é planta hidrófila. Gosta de água. Por isso, as culturas irrigadas são as mais desejáveis. As várzeas melhores são aquelas que oferecem um subsolo impermeável, a uns 20 a 25 cm da superfície, porque elas possibilitam grande economia da água necessária à irrigação. As várzeas arenosas são as piores. Sendo porosas e profundas, exigem grandes quantidades de água. Mesmo as várzeas relativamente ácidas, quando oferecem outras condições positivas de aproveitamento, são boas à cultura do arroz.
Preparo do solo e manejo de água
As operações de preparo de solo objetivam adequá-lo, da melhor forma possível, à semeadura, à manutenção da uniformidade da lavoura e facilitar a execução das práticas culturais durante todo o ciclo. Estas operações podem iniciar-se logo após a colheita e estender-se até poucos dias antes da semeadura.
Do bom preparo do solo resultam uma lâmina de água uniforme, melhor controle de plantas daninhas, uniformidade da lavoura, menor ocorrência de acamamento e rápido estabelecimento das plântulas. O preparo do solo para o cultivo de arroz no sistema pré-germinado difere acentuadamente daquele utilizado em outras culturas.

O arroz, por ser uma planta semi-aquática, pode desenvolver-se em solos hidromórficos e até mesmo em condições de anoxia. Esta característica possibilita o seu cultivo em solos inundados com características físico-químicas bastante distintas dos cultivos de sequeiro.

Por constituir-se em uma operação bastante onerosa, sua execução deve ser antecedida por um minucioso planejamento, a fim de que o solo fique adequadamente preparado da maneira mais simples e econômica, utilizando-se os métodos de preparo de solo e as máquinas e implementos mais adequados para cada realidade.

No sistema de cultivo de arroz pré-germinado a irrigação é feita pelo método de inundação ou alagamento. Este método, além de suprir a necessidade de água das plantas de arroz, auxilia no preparo do solo e no controle das plantas daninhas. No preparo do solo, a água é utilizada para a formação da lama, como referência para o renivelamento e para facilitar o alisamento do solo.
O manejo da água interfere no espectro das plantas daninhas e é determinante no sucesso do controle destas infestantes.
Arroz de Várzea-Clima
É planta exigente de calor e umidade. Se bem que essas exigências sejam verdadeiras, o arroz é cultivado numa faixa de grande amplitude, desde as regiões tropicais até as temperadas. Segundo Kikhava e Togo (1929), as condições ideais são uma temperatura constante de 32ºC, em solo permanentemente saturado de umidade. No Brasil, há condições favoráveis de calor, no entanto, quanto à umidade, varia, havendo lugares que permitem à cultura de sequeiro, outros, a cultura irrigada, caso do Rio Grande do Sul. Nas regiões, onde a cultura de sequeiro é praticada, isso indica que as chuvas caem durante a época do ciclo da planta, de maneira bem distribuída, permitindo à ela que tenha umidade suficiente em as suas fases críticas de crescimento. A cultura de sequeiro, não é a cultura ideal. Contudo, quando encontra condições mínimas de produzir, tais como umidade, terras frescas, ricas e com teor satisfatório de matéria orgânica, apresenta as vantagens de poder ser feita em grandes áreas e de requerer menores despesas de instalação.
Temperatura
O abaixamento de temperatura, nos períodos de emborrachamento e floração  podem causar sérios prejuízos às plantas, enfraquecendo-as e predispondo-as ao ataque de doenças. Nesse caso também, a fecundação poderá ser afetada. A luminosidade, por sua vez, influencia o ciclo vegetativo da planta. As variedades do grupo índica sofrem menos o efeito, mas as variedades do grupo japônica, de grãos curtos, são muito sensíveis. Se os estágios iniciais de crescimento, da sementeira à floração, são desenvolvidos com bastante luminosidade, ou seja, sob dias mais longos, haverá naturalmente um prolongamento do ciclo vegetativo da planta, o inverso acontecendo se os dias forem menos longos.
Ventos
Os ventos fortes e granizos também prejudicam, principalmente, quando o crescimento está na fase de granação ou maturação. Provocam o acamamento das plantas, ou a degrana dos cachos, com apreciáveis perdas para as colheitas.
Arroz de Várzea-Plantio
Época de semeadura e densidade de sementes
A melhor época de semeadura para arroz irrigado no Rio Grande do Sul compreende o período de 21 de setembro a 10 de dezembro, dependendo da região e do ciclo da variedade. Como parâmetro geral recomenda-se 150 Kg ha-1 de sementes viáveis (corrigir a % de germinação para 100%) para semeaduras até final de outubro e 125 Kg ha-1 para semeaduras a partir de novembro. Para variedades pouco perfilhadoras recomenda-se 200 Kg ha-1.
Épocas diferentes de semeadura ou de transplantio expõem as plantas da cultura principal e da soca a diferentes comprimentos do dia, temperaturas e condições de luz que, por sua vez, influenciam o comportamento da soca. A definição das épocas de plantio se baseia no conhecimento das condições climáticas preponderantes na região e na disponibilidade de água para irrigação. Nas condições do Norte Fluminense, RJ, e no médio e baixo vale do Itajaí e litoral norte do Estado de Santa Catarina a época de semeadura de setembro foi a que propiciou a maior produtividade de grãos na soca. Para a região de Goiânia, GO, os períodos mais favoráveis ao cultivo da soca corresponderam às semeaduras realizadas de agosto a outubro.
Nesta região, o duplo cultivo de arroz pode ser inviável, pois a colheita do primeiro cultivo e a semeadura do segundo coincidem com períodos de alta precipitação pluvial. Entretanto, o cultivo intensivo das várzeas pode ser obtido com a soca de arroz irrigado. Nas Regiões Norte e Nordeste o arroz pode ser cultivado durante todo o ano, portanto a época de semeadura não limita o cultivo da soca.
Sistema de plantio
A semeadura direta, em solo seco ou úmido, e o transplantio constituem os dois sistemas de plantio de arroz. Uma das vantagens da semeadura direta no cultivo da soca, em comparação ao transplantio, é o maior número de plantas por área. Com isso, poucos colmos são necessários para produzir um grande número de perfilhos na soca. Independentemente do sistema de plantio, uma população adequada de plantas é um pré-requisito para uma soca produtiva.
Cultivares
A escolha da variedade para semeadura deve basear-se em características consideradas essenciais: ciclo, qualidade da semente, adaptação ao manejo do sistema, resistência à brusone, resistência à toxidez por ferro e resistência ao acamamento.
Cultivares de arroz irrigado
BRS Ligeirinho; BRS Atalanta; IRGA 421; ARRANK; BR-IRGA 414; BRS 6 CHUÍ; BRS FIRMEZA; IRGA 416; IRGA 417; IRGA 418; EPAGRI 106; BR-IRGA 409; BR-IRGA 410; BR-IRGA 412; BRS 7 TAIM; BRS AGRISUL; IRGA 419; IRGA 420; BRS PELOTA; EL PASO L 144; QUALIMAX 1; QUALIMAX 13; EPAGRI 107; SCS BRS 111; SCS BRS 114 TIO TAKA; IAS 12-9 FORMOSA; BRS BOJURU; EPAGRI 108 (SC-140); EPAGRI 109 (SC 141); SCS 112. (ANEXO - Características das CULTIVARES)
Arroz de Várzea-Colheita
Outra preocupação no planejamento é com a colheita da cultura principal, especialmente, quanto à época, à altura de corte e aos equipamentos das colhedoras. Deve-se evitar o "passeio" desnecessário de colhedoras e graneleiros, para não danificar excessivamente as plantas de arroz, pois a área pisoteada pela esteira da colhedora pode corresponder a até 38 % da total cultivada. A melhor época de colheita da cultura principal para um bom cultivo da soca é quando os seus colmos estão ainda verdes. Atraso na colheita da cultura principal reduz a duração de crescimento e a produtividade da soca.
Menor altura de corte das plantas da cultura principal alongam o ciclo da soca e, aliada a época tardia de colheita, pode propiciar o seu crescimento em condições climáticas menos favoráveis, afetando a produtividade, especialmente de genótipos de ciclo médio. A maioria dos estudos mostra que as maiores respostas foram obtidas com alturas de corte de 20 a 30 cm.
O sistema de colheita influencia o comportamento da soca, tanto no que se refere a produtividade quanto a qualidade do produto colhido. A colheita da cultura principal realizada com colhedoras equipadas com picador de palha propicia, na soca, maior produtividade e rendimento de grãos inteiros. Quando a colhedora não possui picador de palha, há formação de uma leira de palha que dificulta o crescimento dos perfilhos e favorece a ocorrência de doenças. Com isso, o uso do picador de palha é fundamental.

Ponto de colheita
O teor de umidade do grão adequado para realizar-se a colheita do arroz está entre 18 e 23%. Se colhido com teor muito elevado, haverá grãos em formação. Por outro lado, se a colheita for muito tarde haverá mais quebra de grãos no beneficiamento e, quando se destina a semente, o vigor poderá ser afetado.
Colheita mecânica
Dentre as operações agrícolas que desempenham papel importante na produção de arroz , destaca-se a da colheita.

A operação de colheita é realizada, geralmente, por diversos tipos de máquinas, desde as de pequeno porte tracionadas por trator, até as colhedoras automotrizes, dotadas de barra de corte de até 6 metros de largura, as quais realizam, em seqüência, as operações de corte, recolhimento, trilha e limpeza.
Funções de uma colhedora
Podem-se distinguir as seguintes funções em uma colhedora: corte da cultura e direcionamento para os mecanismos de trilha; trilha, que consiste na separação dos grãos de suas envolturas e de partes de suporte na planta; separação do grão e da palha; limpeza.

Referências Bibliográficas

Arroz de Várzea-Solo, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap03.htm
Arroz de Várzea-Solo e Clima, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://www.criareplantar.com.br/agricultura/lerTexto.php?categoria=37&id=629
Arroz de Várzea-Cultivar, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap09.htm
Arroz de Várzea- Descrição de cultivares(ANEXO), pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap05.htm
Arroz de Várzea-Colheita, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap15.htm
Arroz de Várzea-Plantio, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozIrrigadoBrasil/cap17.htm
Arroz de Várzea-Preparo do Solo, pesquisado no dia 01 de junho de 2011, acesso em http://www.epagri.sc.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=946:preparo-do-solo-e-manejo-de-agua&catid=30:suinocultura&Itemid=47

Descrição de cultivares de arroz irrigado
BRS Ligeirinho - (ex-Embrapa 38--Ligeirinho) - Cultivar desenvolvida pela Embrapa Clima Temperado a partir da seleção de uma planta-lisa, encontrada em uma população segregante na atual cv. BR-IRGA 410. Tem como destaque o ciclo super-precoce, ao redor de 100 dias da emergência à completa maturação. Apresenta folhas e espiguetas com superfície lisa, grãos tipo "patna" e bom rendimento industrial. Seu ciclo curto proporciona aos produtores as seguintes vantagens: obtenção de preços de venda mais elevado; com melhor otimização da área (diversificação com outras espécies na mesma safra); controle da população de arroz "daninho" (vermelho e preto) em lavouras altamente infestadas por ser colhida antes da maturação da invasora; redução de custos de produção; escape da lavoura aos danos do frio em semeaduras tardias. Contudo deve-se salientar que esta cultivar tem menor teto produtivo do que as demais do tipo moderno. Apresenta baixa temperatura de gelatinização e alto conteúdo de amilose.
BRS Atalanta - Nova cultivar de arroz irrigado de ciclo super-precoce. É constituída de plantas do tipo "moderno-filipino" de folhas lisas, tem ciclo biológico ao redor de 100 dias. O rendimento industrial é superior a 62% de grãos inteiros-polidos, variando de 58 a 65%. O seu grão classificado como grão longo-fino ("agulhinha") de casca lisa-clara. O grão apresentou, nos testes indiretos de qualidade culinária, um conteúdo de amilose classificado como alto ao redor de 27% e intermediária temperatura de gelatinização. Quanto à reação aos estresses abióticos e bióticos em testes experimentais no município do capão do Leão-RS, apresentou reação intermediária de resistência à brusone (Pyricularia spp) e à bicheira da raiz do arroz. Em algumas situações de cultivo, pode mostrar reações de suscetibilidade à toxicidade por ferro, na fase vegetativa, e ao frio na fase reprodutiva das plantas.
IRGA 421 - É proveniente da seleção de planta precoce, identificada em parcela da cultivar Irga 416. Apresenta porte baixo, folhas curtas, eretas e pilosas, panículas protegidas pela folha bandeira, grãos longos, finos e pilosos, casca de colaração amarelo-palha, alto vigor inicial, alta capacidade de afilhamento, Apresenta intermediária reação à toxidez por ferro, sensibilidade à baixas temperaturas. Em relação a reação à doenças a variedade apresenta-se suscetível para a brusone e médio resistente para a mancha dos grãos. Apresenta alto teor de amilose, baixa temperatura de gelatinização.
ARRANK É uma cultivar do tipo moderno, com ciclo variando de 95 a 100 dias, da emergência à maturação. Os grãos são tipo "patna", com bom rendimento industrial. Esta cultivar assemelha-se muito à cv. BRS Ligeirinho, diferindo da mesma quanto à cor da bainha, sendo recomendada para as mesmas situações de cultivo.
BR-IRGA 414 Cultivar precoce, descendente de uma seleção (EMBRAPA-Pelotas), procedente da Colombia-CIAT. Da população original (linhagem com folhas pilosas), foi selecionada uma planta lisa, de ciclo precoce ao redor de 115 dias da emergência das plântulas à maturação dos grãos. Possui grão "patna", de casca lisa-clara, sem arista e pelo ciclo precoce (possibilidade de fase de pré-floração escapar do frio) pode ser semeada um pouco mais tarde. Em razão da origem tropical é sensível ao frio, notadamente na fase reprodutiva.
BRS 6 CHUÍ (ex-Embrapa 6-Chuí) é seleção de uma planta lisa de ciclo precoce feita (EMBRAPA-Pelotas) na cv. BR-IRGA 410. Possui ciclo médio de 110 dias, da emergência das plântulas à maturação dos grãos, grão "patna", de casca lisa-clara e sem arista. As reações a doenças-brusone e toxicidade por ferro, também são muito similares às da 410. Quanto à reação ao frio, a cv. CHUÍ é sensível, porém os efeitos desse fator climático sobre a casca dos grãos (manchas de cor marrom) não são tão intensos como nas demais cultivares dessa arquitetura de planta. Em razão do ciclo precoce, admite ser semeada mais tarde (possibilidade da fase reprodutiva das plantas escapar do frio); por outro lado, se semeada bem no cedo, ela pode proporcionar uma segunda colheita (soca).
BRS FIRMEZA - Cultivar originada do cruzamento múltiplo realizado, na Embrapa Clima Temperado. Pertence ao grupo de plantas moderno/americano, de pouca capacidade de perfilhamento, colmos vigorosos e fortes, com altura média de 77. Apresenta ciclo 120 dias, oscilando entre 115 e 125 dias da emergência a completa maturação dos grãos. Os grãos da cultivar Firmeza são do tipo longo-fino (agulhinha), de casca lisa-clara, de rendimento industrial médio, geralmente, superior a 65% - grãos inteiros-polidos. O baixo grau de esterilidade demonstrado na fase experimental no RS, indica que a cultivar tem certo grau de tolerância genética ao frio na fase reprodutiva. Por esta característica, a cultivar pode ser usada como alternativa na necessidade de semeaduras tardias (cerca de 10 dias além da época ideal de cada região orizícola) no Rio Grande do Sul. Em relação à estresses a cultivar apresenta intermediária reação à brusone, moderada suscetibilidade à rizoctonia, intermediária reação à toxicidade por ferro, moderada tolerância à salinidade do solo e da água, moderada tolerância ao frio e suscetibilidade à bicheira da raiz e à broca do colmo.
IRGA 416 é resultante do cruzamento (IRGA-EEA) entre IR 841-67-1-1 e BR-IRGA 409. Possui ciclo médio de 115 dias, da emergência à maturação, grão "patna" (agulhinha), de alta qualidade industrial, de casca pilosa-clara e semi-aristado. Não é tolerante ao frio na fase reprodutiva, moderadamente sensível à toxicidade de ferro e moderadamente suscetível à brusone e à escaldadura da folha. Por outro lado, é moderadamente resistente à mancha parda e mancha das espiguetas ou glumas. A altura média da população de plantas é de 80 cm.
IRGA 417 - Provem da hibridação múltipla realizada pelo IRGA-EEA. Possui ciclo médio de 115 dias da emergência à maturação, grão patna (agulhinha), de casca clara e pilosa, podendo apresentar pequenas aristas e plantas de tipo moderno com folhas eretas e pilosas. Tem alto teor de amilose, baixa temperatura de gelatinização. O rendimento industrial é de 62% de grãos inteiros quando polidos. Possui sensibilidade média à toxicidade por ferro, bem como ao frio na fase reprodutiva das plantas. Tem reação médio-resistente à brusone e à mancha dos grãos.
IRGA 418 - Esta cultivar apresenta porte baixo, folhas curtas, eretas e pilosas, panículas protegidas pela folha bandeira, grãos longos, finos e pilosos, casca de coloração amarelo-palha, alto vigor inicial, estatura média de 84cm, resistente ao acamamento (sistema convencional), alta capacidade de afilhamento e maturação em 115 dias. Apresenta intermediária reação à toxidez por ferro, mediana reação à baixas temperaturas. Em relação a reação à doenças a variedade apresenta-se médio resistente para a brusone e médio suscetível para a mancha dos grãos. O grão é classificado como longo/fino, com aparência vítrea, alto teor de amilose, baixa temperatura de gelatinização.
EPAGRI 106 - Cultivar caracterizada por plantas de folhas curtas e eretas e de estatura inferior a 100cm. A capacidade de afilhamento é média, com um ciclo biológico aproximado de 105 dias, nas condições de cultivo pelo sistema pré-germinado, em Santa Catarina. Apresenta grau de resistência à toxidez por ferro e às raças de brusone prevalentes nas principais regiões de cultivo. Convém ressaltar que esta cultivar apresenta alta capacidade de rebrote, podendo tal característica ser aproveitada na produção de grãos da soca, quando não se faz o duplo cultivo. Devido à alta qualidade dos grãos, pode ser empregada no processamento industrial para arroz branco.
BR-IRGA 409 linhagem procedente da Colombia-CIAT, apresenta plantas com ciclo médio de 130 dias da emergência à maturação, grão patna, de casca pilosa-clara e com arista apical predominante na população. As folhas são curtas, eretas e pilosas e podem apresentar coloração amarelo-alaranjada (sensibilidade à toxicidade por ferro) durante a fase de máximo perfilhamento. Na população da 409, existem plantas com variações de ciclo, tipo de grão, pilosidade e reação à toxicidade por ferro dentre outras características. Tendo em vista o seu ciclo de 130 dias e à sensibilidade ao frio na fase reprodutiva (origem tropical), essa cultivar deve ser semeada exclusivamente dentro do período ideal de semeadura da região.
BR-IRGA 410 introduzida da Colombia-CIAT no RS (EMBRAPA-Pelotas) e mais tarde, recomendada para o cultivo em SC, essa cultivar possui elevado potencial produtivo, ciclo ao redor de 125 dias, grão tipo agulhinha, de casca pilosa, cor clara, com alta predominância de espiguetas sem aristas. As folhas são curtas, eretas e pilosas, por vezes podem ter, durante o perfilhamento máximo, coloração amarelo-alaranjada não acentuada como na cv. 409. Ocasionalmente, podem ser encontradas plantas atípicas, principalmente, para ciclo, tipo-qualidade de grão e pilosidade. Dada a origem tropical, essa cultivar não é tolerante ao frio na fase reprodutiva, cujo efeito é notado, principalmente, pela esterilidade das espiguetas e casca do grão manchada de marrom. A altura média das plantas na maturação dos grãos é cerca de 85 cm.
BR-IRGA 412 cultivar com ciclo aproximado de 135 dias da emergência à maturação; grão tipo patna, de casca lisa-clara, aristas pequenas em alguns deles. É sensível a baixas temperaturas, principalmente no período reprodutivo e toxidez de ferro, notadamente na fase de intenso perfilhamento. Em razão do ciclo semitardio e da sensibilidade ao frio, não admite semeaduras fora da época ideal da região. As plantas apresentam altura média de 85 cm.
BRS 7 TAIM (ex-Embrapa 7-Taim) é originária de um cruzamento (EMBRAPA-Pelotas) que envolveu genes da cultivar Tetep, cuja reação de resistência à brusone é reconhecida. As plantas da cv. TAIM, possuem ciclo biológico ao redor de 130 dias, da emergência à maturação, grãos do tipo patna, de casca lisa-clara e sem arista. Em comparação com as demais cultivares, BRS 7 apresenta a melhor reação às raças de brusone, atualmente predominante no RS. Suas plantas possuem reação moderadamente tolerante à toxicidade por ferro e bom vigor inicial no sistema de semeadura direta (ou cultivo mínimo). Por outro lado, dada a sensibilidade ao frio e o ciclo semitardio, TAIM não admite semeaduras do tarde, principalmente naquelas regiões sujeitas à ocorrência de baixas temperaturas na fase reprodutiva das plantas.
BRS AGRISUL - (ex-Embrapa 39 Agrisul) - Descende do cruzamento controlado entre as linhagens CL Seleção 62a (Ligeirinho) e CL Seleção 49-2, ambas do programa de melhoramento genético da Embrapa Clima Temperado. Destaca-se das demais cultivares por apresentar resistência à toxicidade por ferro. Seu ciclo biológico é de 127 dias da emergência à completa maturação. As plantas têm as folhas e espiguetas lisas e possuem grande capacidade de emissão de perfilhos. Tem excelente qualidade de grão, com rendimento industrial ao redor de 63% de grãos inteiros quando polidos, temperatura de gelatinização intermediária e 26 % de teor de amilose.
IRGA 419 - Cultivar originária de seleção genealógica realizada em progênie do cruzamento entre cultivares Oryzica1 e BR-IRGA 409. Apresenta porte baixo, folhas curtas, eretas e sem pilosidade, panículas protegidas pela folha bandeira, grãos longos, finos e sem pilosidade, casca de coloração amarelo-palha, alto vigor inicial, estatura média de 82 cm, alta capacidade de afilhamento e resistência ao acamamento. Apresenta ciclo de 120 dias da emergência a para maturação, média resistência à toxidez por ferro, média sensibilidade à baixas temperaturas, média resistência à brusone e média suscetibilidade à mancha dos grãos. O grão é classificado como longo/fino, com aparência vítrea, alto teor de amilose, baixa temperatura de gelatinização.
IRGA 420 - Esta cultivar apresenta porte baixo, folhas curtas, eretas e sem pilosidade, panículas protegidas pela folha bandeira, grãos longos, finos e sem pilosidade, casca de coloração amarelo-palha, alto vigor inicial, alta capacidade de afilhamento e maturação em 120 dias. Apresenta média resistência à reação à toxidez por ferro, mediana sensibilidade à baixas temperaturas. Em relação a reação à doenças a variedade apresenta-se médio resistente para a brusone e médio suscetível para a mancha dos grãos. O grão é longo/fino, com aparência vítrea, alto teor de amilose, baixa temperatura de gelatinização.
BRS PELOTA Originária de plantas selecionadas de uma população heterogênea da cultivar gaúcha BR-IRGA 410. Tem grão tipo longo-fino (agulhinha) de casca pilosa-clara; planta de porte moderno com folhas de cor verde eretas e pilosas; altura variando entre 80-100 cm; e um ciclo mediano de 125 dias, da emergência a completa maturação das sementes. Apresenta um rendimento industrial que pode superar a 65 % de inteiro-polidos, com boa qualidade de cocção. Nos ensaios da Embrapa, no Capão do Leão, a cultivar apresentou reação de resistência as raças prevalecentes de brusone (e reação moderadamente tolerante a bicheira da raiz e a broca do colmo. Apresentou mediana tolerância às condições salinas do solo e da água de irrigação. Em algumas situações de cultivo, pode mostrar-se moderadamente sensível à toxicidade por ferro na fase vegetativa e à quedas de temperatura na fase reprodutiva. O grão tem médio teor de amilose, temperatura de gelatinização intemediádria/baixa.
EL PASO L 144 esta cultivar deriva de uma seleção realizada, pela pesquisa do Uruguai, na cv. BR-IRGA 409. A população de plantas é uniforme para a maioria das características, inclusive tipo e qualidade de grão. A homogeneidade dessas características é uma das razões da diferença em relação à cultivar BR-IRGA 409, da qual é originária. Nos ensaios regionais comparativos da EMBRAPA-Pelotas, EL PASO L 144 apresentou produtividades similares às BR-IRGA 410. No ensaio regional da EMBRAPA-Pelotas, em Capão do Leão, esta cultivar assemelhou-se muito, em termos de ciclo, reação à toxicidade por ferro e altura de planta, à BR-IRGA 410.
QUALIMAX 1 - (ex-Supremo 1) - É uma seleção do genótipo colombiano, realizado pela Empresa Josapar de Pelotas-RS. Possui tipo de planta moderno, bom vigor inicial, com folhas pilosas e eretas, ciclo médio entre 121 e 135 dias da emergência à maturação. Apresenta grãos de casca clara-pilosa semi-aristados. O rendimento industrial é de 61% de grãos vítreos, inteiros e polidos.
QUALIMAX 13 Apresenta elevada produtividade, plantas do tipo moderno, folhas lisas e eretas, ciclo variando de 130 a 135 dias da emergência à maturação. Apresenta média tolerância à toxidez por ferro e moderada resistência à brusone.
EPAGRI 107 - Cultivar selecionada pelo Centro Nacional de Arroz e Feijão (Embrapa Arroz e Feijão), e recomendada para SC, pela EPAGRI. As plantas apresentam estatura inferior a 100cm, folhas eretas e panículas bem protegidas pela folha bandeira. O afilhamento é moderado e o ciclo médio é de 124 dias. Notabiliza-se pela sua elevada resistência à toxidez indireta por ferro (alaranjamento), resistência às raças prevalentes de brusone, resistência ao acamamento e especialmente pela alta qualidade de grãos, em seus aspectos culinários e de rendimento de engenho. Por suas características de grão e rendimento de engenho, atende com vantagens ao mais exigente mercado de arroz branco ou parboilizado.
SCS BRS 111 Cultivar originária de uma linha desenvolvida pela Embrapa e testada em vários locais de SC a partir de 1991. Apresenta como característica principail a associação de alta produtividade com ciclo médio, para SC. A estatura de planta é baixa, com alta capacidade de perfilhamento. É recomendada para o cultivo em todas as regiões produtoras de SC. Os resultados do teste industrial demonstraram que esta cultivar não oferece restrições aos processos de parboilização e beneficiamento.
SCS BRS 114 TIO TAKA É a primeira cultivar brasileira oriunda de um processo de melhoramento denominado 'Seleção Recorrente". Foi desenvolvido pela Embrapa/CNPAF e pelo IRAT através do intercruzamento de dez genótipos do grupo índica., É uma cultivar de ciclo longo, alto potencial de produtividade, porte baixo, resistente ao acamamento, alta capacidade de perfilhamento, ampla estabilidade de produção, alto rendimento industrial e boas qualidades culinárias. As características do grãos são excelentes, tanto para arroz branco como para o parboilizado. Esta cultivar que pode ser cultivada em todas as regiões produtoras de Santa Catarina, desde que sejam efetuados testes preliminares de adaptabilidade.
IAS 12-9 FORMOSA - esta cultivar pertence à subespécie japônica, possui tolerância às baixas temperaturas do ar que ocorrem no RS (zona sul) durante o período reprodutivo das plantas. Possui o ciclo ao redor de 135 dias, a partir da emergência, grãos curtos e vítreos, com casca pilosa-clara e sem arista. Sob condições de alta fertilidade, as plantas demonstram sensibilidade ao acame. Altura média de 105 cm.
BRS BOJURU - Foi a primeira cultivar de arroz irrigado de grão curto, da subespécie japônica, desenvolvida pela pesquisa da Embrapa, no sul do Brasil. A sua liberação visa atender, de imediato, o mercado formado pelos consumidores orientais e descendentes que vivem no Brasil. Esta cultivar está protegida pela Lei de Proteção de Cultivares de 1997. Destaca-se pela sua estabilidade na produção de grãos ao longo do período experimental boa tolerância ao frio na fase reprodutiva. Também possui tolerância às condições salinas do ambiente; alto rendimento industrial, superior a 72% de grão inteiro polido; grão de aparência vitrea após o polimento; floração e maturação uniforme e baixa degranação natural; tolerância à toxicidade por ferro; reação médio-resistente à brusone (Pyricularia oryzae cav.). Apresenta altura de planta ao redor de 100 cm e o acamamento deve ser prevenido pela aplicação moderada de fertilizantes químicos, especialmente de nitrogênio em cobertura e pela densidade de sementes na implantação da cultura.
EPAGRI 108 (SC-140) - Cultivar originária do Centro Internacional de Agricultura Tropical- CIAT (Colômbia). Pertencente ao grupo moderno, de porte baixo, com alta capacidade de afilhamento, ciclo longo e notabiliza-se por apresentar boa resistência ao acamamento. Nos ensaios realizados na Estação Experimental de Itajaí, SC apresentou tolerância à toxidez direta (bronzeamento) e indireta (alaranjamento), por ferro, e resistência a brusone. As características de grãos são excelentes, tanto do ponto de vista de rendimento de engenho, como também de suas propriedades culinárias, o que possibilita seu processamento industrial para arroz branco ou parboilizado. É recomendada para o cultivo em todas as regiões produtoras de SC.
EPAGRI 109 (SC 141) - Esta cultivar foi introduzida do Centro Internacional de Agricultura Tropical CIAT (Colômbia). Apresenta porte baixo, alta capacidade de afilhamento e ciclo tardio. Além da excelente qualidade de grãos, a característica mais marcante da cultivar é o elevado potencial produtivo. É recomendada para o cultivo em todas as regiões produtoras de SC.
SCS 112 - Foi obtida através de cruzamento realizado pela Epagri em Itajaí. Pertence ao grupo moderno, de porte baixo, alta capacidade de perfilhamento e ciclo longo. O desempenho industrial é bom, tanto para o arroz branco quanto para o parboilizado. É recomendada para o cultivo em todas as regiões produtoras de SC.

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