Os alimentos são consumidos não só por saciarem a fome e
proporcionarem momentos agradáveis à mesa de refeição mas,
sobretudo, por fornecerem os nutrientes necessários à manutenção da
vida.
Uma alimentação saudável deve ser composta de uma variedade de
fontes de nutrientes e fibras dietéticas em proporções adequadas. Os
nutrientes _proteínas, carboidratos, lipídios, vitaminas e minerais_ são
essenciais para o crescimento e para a manutenção dos tecidos e dos
órgãos. As fibras, por sua vez, não são assimiladas pelo organismo
humano (não têm, portanto, valor nutritivo), porém são importantes para
a saúde, porque absorvem água e facilitam o trânsito intestinal,
contribuindo para reduzir a assimilação de lipídios.
A carne não contém fibras dietéticas ( que são encontradas nos
grãos, nas frutas e nas hortaliças) e é praticamente desprovida de
carboidratos. Entretanto é um alimento nutricionalmente denso devido à
quantidade de proteína completa associada a um baixo conteúdo calórico,
ou seja, 15 g a 20 g de proteína por 100 kcal em carne magra grelhada.
Também constitui uma excelente fonte de lipídios essenciais, de vitaminas
do complexo B (principalmente a B12) e dos minerais ferro e zinco numa
forma altamente assimilável pelo organismo. Apesar de a carne ser um
alimento indispensável do ponto de vista nutricional, os especialistas
recomendam consumir, no total de todas as carnes _bovina, suína, frango
e pescados_, entre 150 g e 200 g por dia da porção muscular, cozida ou
grelhada, depois de remover a gordura aparente.
Proteínas
As proteínas são formadas de aminoácidos, que são unidades
químicas a partir das quais o corpo humano sintetiza suas própriasproteínas durante o crescimento e a renovação dos tecidos e dos órgãos.
O excedente de aminoácidos é utilizado como fonte de energia. A carne é
uma excelente fonte de proteínas _tanto em quantidade como em
qualidade. Em quantidade, 100 g de carne magra _coxão mole, por
exemplo_, depois do cozimento, contêm 30 g de proteína, o que
corresponde a 50% das necessidades diárias do ser humano adulto. Em
qualidade, as proteínas da carne são as mais completas por apresentarem
um perfeito equilíbrio de aminoácidos essenciais, isto é, aqueles que o
corpo humano não sintetiza a partir dos demais e que, por isso, devem
estar presentes nos alimentos ingeridos. Outros produtos de origem
animal, como os ovos ou o leite e derivados, também são fontes de
proteínas completas. Já as proteínas encontradas nos alimentos de origem
vegetal são deficientes em um ou mais aminoácidos essenciais e,
portanto, devem ser consumidas em combinações de cereais (arroz, trigo,
milho) com leguminosas (feijão, soja, ervilhas).
Carboidratos
Os carboidratos, sejam eles simples como os açúcares ou complexos
como os amidos, são sempre utilizados pelo organismo na forma de
glicose para produzir energia ou para ser armazenada no fígado e nos
músculos como glicogênio, uma unidade química semelhante aos amidos.
A musculatura dos animais recém-abatidos contém 1% de glicogênio, que,
no decorrer de poucas horas, é transformado em ácido lático, de modo
que a quantidade de carboidratos existentes na carne preparada para
consumo é desprezível.
Lipídios
Os lipídios dos alimentos são as gorduras de origem animal e os
óleos vegetais. As gorduras são semi-sólidas; os óleos são líquidos. Os
lipídios são predominantemente triglicérides, ou seja, substâncias
formadas de uma molécula de glicerol ligada a três moléculas de ácidograxo. Estes últimos podem ser saturados, monoinsaturados e
poliinsaturados. Os saturados são os ácidos graxos cujas cadeias de
carbono são unidas por ligações simples, os monoinsaturados são os que
possuem uma ligação dupla e os poliinsaturados são aqueles que têm
duas ou mais ligações duplas que unem dois átomos de carbono. Quanto
mais ácidos graxos saturados, maior é o ponto de fusão dos lipídios e,
portanto, mais sólidos eles ficam em temperatura ambiente. Os ácidos
graxos saturados representam aproximadamente 50% do total da gordura
dos cortes de carne bovina; os 50% restantes são insaturados, sendo
46% monoinsaturados e 4% poliinsaturados. Como se percebe por meio
do exame desses percentuais, chamar de gordura saturada os lipídios da
carne deve ter sido uma simplificação _de todo modo, uma inverdade_
perpetrada por detentores de interesses inconfessáveis, contrários à
produção de carnes bovina e suína. Infelizmente, essa informação
equivocada passou a ser repetida por profissionais da saúde e da
imprensa, o que continua ocorrendo até o presente momento.
O fato é que, desde os anos 50, tem havido uma discriminação
contra as “gorduras saturadas”, cujo consumo tem sido associado a
doenças cardiovasculares com base na crença de que elas favoreceriam o
aumento do colesterol sangüíneo. Entretanto hoje se sabe que, dos ácidos
graxos saturados, apenas o palmítico e o mirístico (que, na gordura
bovina, somam 30% do total) podem causar elevação do nível de
colesterol. O esteárico (19% do total) é neutro, ou seja, nem aumenta
nem diminui o colesterol, e os monoinsaturados, mais bem representados
pelo oléico (40% do total, o mais abundante nas gorduras animais),
reduzem o colesterol.
Esse conhecimento mais recente é que permite dizer que os ácidos
graxos da carne se encontram em proporções adequadas para as
necessidades humanas de crescimento, para a manutenção de tecidos e
para o suprimento energético para as atividades físicas. Mesmo assim, nas
últimas três décadas, houve grandes avanços em genética e nutrição animal, que permitiram criar sistemas destinados a produzir carnes com
menor ou maior teor de gordura, conforme o desejo dos consumidores.
Além disso, diferentemente de outros alimentos, principalmente dos
industrializados, a gordura da carne encontra-se na superfície dos cortes
comerciais e pode ser retirada antes ou após o cozimento, de modo a
controlar a quantidade que se deseja ingerir.
Outro tipo de lipídio presente nas gorduras animais é o colesterol.
Ele é sintetizado no fígado dos animais, inclusive no do homem, e
utilizado pelas células para produzir hormônios e participar da formação
da parede celular e do tecido nervoso. Em organismos sadios, o colesterol
circulante é mantido praticamente constante graças a um mecanismo de
regulação que controla a quantidade produzida em função da quantidade
ingerida. Mesmo assim, considerando-se a recomendação dos profissionais
da nutrição e da saúde de que não se deve ingerir mais de 300 mg por dia
de colesterol e tendo em conta que 100g de carne preparada para
consumo contêm cerca de 90 mg de colesterol, um indivíduo sadio poderia
comer entre 150 g e 200 g por dia de carne magra sem grandes
preocupações, a não ser a de consumir com moderação outros produtos
de origem animal.
Vitaminas e minerais
A carne e os miúdos constituem fontes inigualáveis de algumas
vitaminas e minerais extremamente importantes para a manutenção da
saúde. É o caso das vitaminas do complexo B, presentes na carne, e da
vitamina A, presente no fígado.
Dentre as vitaminas do complexo B, o destaque é para a B12
(cobalamina), que só é encontrada nos produtos de origem animal,
principalmente nas carnes bovina e ovina. Outras, como a B2
(riboflavina), a B6 (piridoxina), a niacina, a folacina e o ácido pantotênico,
também estão presentes na carne em quantidades significativas.
Os minerais mais importantes contidos nas carnes, especialmente
na bovina, são o ferro e o zinco. A carne é considerada a sua melhor fonte
porque, além de contê-los em quantidades apreciáveis, nela esses
elementos se encontram numa forma altamente assimilável.
O ferro é necessário para a síntese de hemoglobina do sangue, de
mioglobina do tecido muscular e de certas enzimas. As necessidades
diárias de ferro são de 10 mg para homens e de 18 mg para mulheres. O
zinco é essencial para o crescimento, para a imunidade e para a síntese
do material genético das células. A necessidade diária desse mineral é de
15 mg. O consumo diário de uma porção de 100 g de carne supre entre
20% e 35% das necessidades de ferro e entre 35% e 45% das
necessidades de zinco do organismo.
Outros minerais presentes em quantidades apreciáveis nas carnes
são o fósforo, o potássio, o magnésio, o selênio e o cobre. É necessário
assinalar, todavia, que as carnes, em geral, embora apresentem de 5 mg
a 6 mg de cálcio por 100 g, não constituem fontes significativas desse
elemento se consideradas as elevadas necessidades diárias do organismo.
A presença da carne nas refeições também contribui para aumentar
a disponibilidade e a assimilação de ferro e de zinco e, possivelmente, de
cálcio e de magnésio de outros alimentos.
Conclusão
Deduz-se de tudo isso que a carne bovina é um alimento importante
porque a sua proteína é completa e a proporção de ácidos graxos de suas
gorduras é equilibrada, além de conter vitaminas do complexo B e
minerais essenciais. Para quem faz dietas de baixas calorias, é
praticamente indispensável, porque permite obter grande parte dos
nutrientes necessários à manutenção da saúde sem onerar a ingestão
calórica. Contudo recomenda-se que seja consumida em quantidades
moderadas dado o seu conteúdo de colesterol e sempre como parte de
refeições que contenham diversificadas fontes de nutrientes. Portanto lembre-se de que uma boa alimentação é fundamental
tanto para saciar a fome quanto para fornecer os nutrientes necessários
ao organismo. Não se esqueça, porém, de que é preciso ter prazer ao
alimentar-se, ingerindo alimentos variados de forma equilibrada e
experimentando momentos agradáveis à mesa de refeição.
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Abraço, Roselaine Mezz